domingo, janeiro 23, 2005

FAROL DE ALEXANDRIA



Das Sete Maravilhas da Antigüidade, somente uma tinha um uso prático além de sua arquitetura elegante: O Farol de Alexandria. Para os navegantes, ele assegurava um retorno seguro para o Grande Porto.

Para os arquitetos, ele significava algo mais: era a mais alta construção da Terra. E para os cientistas, era um misterioso espelho que fascinava-os mais... O espelho cuja reflexão podia ser visto mais de 50 km de distância.

Pouco depois da morte de Alexandre o Grande, seu comandante Ptolomeu Soter assumiu o poder no Egito. Ele testemunhou a fundação de Alexandria, e estabeleceu sua capital lá. Fora da costa da cidade, fica uma pequena ilha: Faros.

Seu nome, diz a lenda, é uma variação de Ilha do Faraó. A ilha era ligada com o continente através de uma represa – a Heptaestação – que dava à cidade um porto duplo. E por causa das condições perigosas de navegação e da costa pantanosa na região, a construção de um farol era necessária.

O projeto foi imaginado e iniciado por Ptolomeu Soter, mas foi completado após a sua morte, durante o reinado de seu filho Ptolomeu Filadelfus. Foi desenhado pelo arquiteto grego Sóstrato. O monumento era dedicado aos deuses Salvadores: Ptolomeu Soter e sua esposa Berenice.
Por séculos, o Farol de Alexandria foi usado para marcar o porto, advertindo os navegantes da presença dos recifes, usando fogo a noite e refletindo os raios solares durante o dia.

Foi inaugurado em 270 a.C. Era sempre mostrado nas moedas gregas e romanas, assim como os monumentos famosos são retratadas nas atuais. Tornou-se tão famoso que faros passou a significar farol.

Na Idade Média, quando os árabes conquistaram o Egito, eles admiraram Alexandria e sua riqueza. Mas os novos governantes transferiram sua capital para o Cairo desde que eles não tinham interesses com o Mar Mediterrâneo.
Transformaram o farol de Alexandria numa pequena mesquita. Quando o espelho quebrou-se, eles não colocaram nenhum outro no lugar.

Em 956 d.C., um terremoto atingiu Alexandria e causou alguns estragos no Farol. Mais tarde em 1303 d.C. e em 1323 dois terremotos mais fortes deixaram uma impressão significante na estrutura. Quando o famoso viajante árabe Ibn Battuta visitou Alexandria em 1349, ele não pode entrar nas ruínas do templo ou mesmo escalar até a sua porta de entrada.

O capítulo final da história do Farol veio em 1480 d.C. quando o sultão mameluco Quaitbei decidiu fortificar a defesa de Alexandria. Ele construiu um forte medieval no mesmo local onde o Farol ficava, usando as rochas e o mármore utilizado no Farol.

Apesar da fama, o farol de Alexandria só passou a integrar a relação das Sete Maravilhas do Mundo no século VI da era cristã, pois nas relações anteriores citavam em seu lugar as muralhas da Babilônia.

Das seis Maravilhas sumidas, o Farol foi o último a desaparecer. Por isso nós temos conhecimento exato de sua localização e aparência. Avaliações antigas tais como as de Strabo e Pliny, o Velho dão-nos uma breve descrição da "torre" e do revestimento de mármore branco.

Eles conta-nos como o misterioso espelho podia refletir a luz a dezenas de quilômetros de distância. A lenda diz que o espelho também era usado para detectar e queimar navios inimigoss antes deles conseguirem alcançar a costa.

Em 1166, um viajante árabe, Abou-Haggag Al-Andaloussi visitou o Farol. Ele documentou com riquezas de informações e deu-nos uma precisa descrição da estrutura pelo qual ajudou os arqueologistas a reconstruírem o monumento. Erguia-se de uma plataforma de pedra, composta de 3 estágios: o quadrado mais inferior tinha 60 m de altura com um núcleo cilíndrico, o do meio era oitavada com os lados medindo 18 m e uma altura de 28 m; e o terceiro era circular com 7 m de altura.

O altura total do prédio, incluindo a fundação da base, era de 117 m, equivalente a um atual edifício de 40 andares. No alto, ardia uma fogueira de lenha ou carvão. O núcleo interno era usado como uma haste para suspender o combustível para o fogo. No estágio superior, o espelho refletia a luz solar durante o dia, enquanto que o fogo era usado à noite. Uma larga rampa em espiral conduzia à parte mais alta da construção. Nos tempos antigos, uma estátua de Poseidon enfeitava o topo do prédio.
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Sandro Juliano

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